Se os anos 20 foram marcados por uma certa androginia, os anos 30 trouxeram a feminilidade de volta. Os anos 20 foram leves e alegrem em comparação com os anos 10 e 30. Afinal, foi um perÃodo marcado pelo alÃvio do fim de uma grande e traumatizante guerra e não se tinha ideia do que estava por vir.
Em 1929 as coisas pioraram outra vez. Foi em outubro deste ano que uma Grande Depressão, também conhecida como a Crise de 1929, atingiu as bolsas de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, fazendo valores de ações caÃrem drasticamente. Assim, milhares de acionistas perderam, da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Essa quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente e seus efeitos foram sentidos no mundo inteiro.
Nestes momentos de crise, a rebeldia dos anos 20 é deixada de lado e a silhueta feminina volta a ser como antes. A cintura volta ao lugar (não era excessivamente apertada por espartilhos como no século anterior, mas as curvas voltam a ser valorizadas) as saias se tornam longas novamente e os cabelos voltam a crescer.
Os seios, que na década de 20 foi escondido ao máximo, também voltaram a ter forma. As mulheres então passam a recorrer ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexÃvel. As formas eram marcadas, porém naturais.
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A ênfase não são mais as pernas de fora. Agora o que está em evidência são as costas nuas em decotes generosos, desnudadas até a cintura. Até os vestidos para uso diurno possuÃam algum tipo de abertura nas costas e era comum o uso de bolerinhos. As saias eram justas nos quadris, revelando, pela primeira vez na história, o formato do bumbum.

Obviamente, em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados e muitas das moças costuravam suas próprias roupas. Curiosamente,  Hollywood foi responsável por uma grande glamourização dos costumes da época, difundindo a moda de então.
Foi a era das divas Katharine Hepburn, Marlene Dietrich, Greta Grabo e Jean Harlow. As deusas do cinema americano eram sedutoras e glamourosas em seus modelos originais, sedutores e fotogênicos. Nas telas os materiais usados eram luxuosos, como peles, musselines, lantejoulas e etc. Os tecidos estampados eram raramente usados. Os cortes dos trajes eram simples, porém valorizando o corpo das atrizes: decotes profundos deixando à mostra o colo, transparências e plumas.
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Bastante interessante foi a popularização da prática de esportes e dos banhos de sol. Nesta década já se sabe da importância de tomar sol e então as roupas de banho que antes eram extremamente comportadas, se tornam mais curtas e com decotes.
Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maiôs e suéteres. Um acessório que se tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Eles eram muito usados pelos astros do cinema e da música. - Almanaque Folha
O chapéu ainda costumava ser muito usado e os sapatos de luxo tiveram um destaque especial nesta década. Em 1935 o italiano Salvatore Ferragamo lança sua marca que viria se transformar em um dos impérios do luxo italiano. Com a crise que também atingia a Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos.
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Foi neste perÃodo também que o prêt-à -porter começa a surgir. O termo não era ainda usado, mas as botiques surgiam trazendo consigo modelos prontos para vestir.
As crises estavam longe de terminar e no final dos anos 30, a Segunda Guerra Mundial estoura na Europa no ano de 1939. Mais uma vez a moda seria afetada pelos tempos de guerra, que também traria influências sobre o comportamento da sociedade da época. Muitos estilistas fecharam suas maisons ou se mudaram da França para outros paÃses. As roupas mudariam bastante, apresentando uma certa linha militar e saias passariam a vir com abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas. Veremos isso com maiores detalhes em um próximo artigo. Até lá 😉